A osteoporose é uma doença caracterizada pela perda progressiva de densidade óssea, levando a ossos frágeis e suscetíveis a fraturas. Afetando principalmente mulheres pós-menopausa, a condição também acomete homens, especialmente a partir dos 50 anos. Estima-se que cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo sofram de osteoporose, sendo uma das principais causas de fraturas em idosos. A boa notícia é que, com diagnóstico precoce e medidas preventivas, é possível minimizar os impactos da doença.
O que é osteoporose?
A osteoporose ocorre quando o corpo perde a capacidade de manter um equilíbrio saudável entre a reabsorção e a formação óssea. Em indivíduos saudáveis, os ossos estão em constante remodelação, um processo em que o tecido ósseo velho é removido e substituído por novo. No entanto, em pessoas com osteoporose, a reabsorção óssea ocorre mais rápido que a formação, levando a uma diminuição gradual da massa óssea.
Conforme a densidade óssea diminui, os ossos se tornam porosos e frágeis. As regiões mais afetadas incluem os quadris, coluna vertebral e punhos, que são áreas propensas a fraturas em casos de quedas ou até mesmo pequenos impactos.
Causas da osteoporose
A osteoporose é causada por uma combinação de fatores genéticos, hormonais, nutricionais e de estilo de vida. O impacto desses fatores varia conforme a idade, sexo e a presença de condições médicas subjacentes.
Fatores de risco não modificáveis
- Idade: Após os 30 anos, a perda óssea se acelera progressivamente.
- Sexo feminino: As mulheres são mais propensas devido à perda acelerada de estrogênio após a menopausa, que é um hormônio protetor dos ossos.
- Histórico familiar: A genética desempenha um papel importante, e indivíduos com parentes de primeiro grau que têm osteoporose correm maior risco.
- Raça e etnia: Caucasianos e asiáticos têm maior risco de desenvolver a doença.
- Menopausa precoce: Mulheres que entram na menopausa antes dos 45 anos têm uma perda óssea mais rápida devido à redução precoce dos níveis de estrogênio.
Fatores de risco modificáveis
Os fatores de risco modificáveis estão diretamente relacionados ao estilo de vida e podem ser ajustados para ajudar a prevenir a osteoporose:
- Sedentarismo: A falta de atividade física regular, especialmente exercícios que envolvam sustentação de peso, como caminhar ou musculação, contribui para a perda óssea.
- Alimentação inadequada: Baixos níveis de cálcio e vitamina D afetam diretamente a saúde óssea.
- Tabagismo: O cigarro interfere no metabolismo do estrogênio, acelerando a perda de massa óssea.
- Consumo excessivo de álcool: O abuso de álcool prejudica a absorção de cálcio e vitamina D, além de estar associado a quedas e fraturas.
- Medicações: O uso prolongado de corticoides e certos medicamentos para tratamento de câncer ou doenças autoimunes podem aumentar a reabsorção óssea.
Sintomas da osteoporose
A osteoporose é silenciosa em seus estágios iniciais. Na maioria dos casos, as pessoas não percebem que têm a doença até sofrerem uma fratura inesperada. Conforme a doença progride, alguns sinais podem se tornar mais aparentes.
Sintomas mais comuns
- Fraturas frequentes: Fraturas podem ocorrer após quedas mínimas ou atividades cotidianas.
- Dores nas costas: As fraturas vertebrais causam dores crônicas na coluna.
- Perda de estatura: Com a compressão das vértebras, o indivíduo pode perder altura.
- Postura curvada (cifose): A fraqueza nas vértebras pode causar deformidades, como a curvatura para frente.
Principais locais afetados por fraturas
- Coluna vertebral: As fraturas por compressão nas vértebras são comuns e podem levar a dores crônicas e perda de mobilidade.
- Quadril: A fratura de quadril é uma das mais graves, frequentemente requerendo cirurgia e longo período de reabilitação.
- Punhos: Fraturas no punho ocorrem geralmente após quedas e podem limitar a função motora.
Diagnóstico da osteoporose
O diagnóstico precoce é fundamental para evitar fraturas e melhorar a qualidade de vida do paciente. O exame de densitometria óssea, também conhecido como DEXA, é o padrão-ouro para avaliar a densidade mineral óssea.
Exames utilizados no diagnóstico
- Densitometria óssea (DEXA): Este exame mede a densidade óssea principalmente na coluna e no quadril. Um valor de T-score igual ou inferior a -2,5 confirma o diagnóstico de osteoporose.
- Exames de sangue e urina: Podem ser solicitados para avaliar os níveis de cálcio, vitamina D e marcadores de remodelação óssea. Níveis baixos de vitamina D, por exemplo, são um indicativo de deficiência e risco aumentado de osteoporose.
Diagnóstico diferencial
Outras doenças ósseas, como osteomalacia e hiperparatireoidismo, podem apresentar sintomas semelhantes. Um diagnóstico preciso é essencial para diferenciar essas condições e fornecer o tratamento correto.
Prevenção da osteoporose
Prevenir a osteoporose envolve mudanças no estilo de vida e cuidados com a saúde óssea ao longo da vida. As intervenções mais eficazes incluem uma dieta adequada, exercícios físicos e evitar comportamentos de risco.
Alimentação adequada
Manter uma dieta rica em cálcio e vitamina D é fundamental para a saúde óssea:
- Fontes de cálcio: Laticínios, vegetais de folhas verdes, amêndoas e alimentos fortificados com cálcio.
- Vitamina D: A exposição ao sol é a principal fonte de vitamina D, mas também é encontrada em peixes gordurosos e ovos. Para aqueles com pouca exposição solar, a suplementação pode ser recomendada.
Nutriente | Fontes principais | Necessidade diária* |
---|---|---|
Cálcio | Leite, iogurte, queijo, tofu, brócolis, couve | 1000 mg a 1200 mg |
Vitamina D | Sol, salmão, sardinha, gema de ovo, fígado | 600 a 800 UI |
*Os valores diários podem variar conforme idade e sexo.
Exercícios físicos
Exercícios de resistência e de impacto moderado ajudam a manter os ossos fortes. Exemplos incluem:
- Caminhada rápida
- Corrida leve
- Musculação
- Yoga: Promove o equilíbrio e ajuda a prevenir quedas.
Estilo de vida saudável
- Evitar o tabaco e álcool é uma medida essencial. Ambos afetam negativamente o metabolismo ósseo.
- Manter um peso corporal saudável: Tanto a obesidade quanto o baixo peso estão associados a maior risco de fraturas.
Tratamento da osteoporose
Embora não haja cura, o tratamento da osteoporose visa fortalecer os ossos, reduzir o risco de fraturas e melhorar a qualidade de vida do paciente. O tratamento é multidisciplinar, envolvendo medicamentos, mudanças no estilo de vida e, em casos graves, cirurgia.
Medicações
Os principais medicamentos prescritos incluem:
- Bifosfonatos: Reduzem a perda óssea e são eficazes na prevenção de fraturas. Exemplos incluem alendronato e risedronato.
- Terapia de reposição hormonal (TRH): Para mulheres na pós-menopausa, pode ser indicada a reposição de estrogênio, que ajuda a proteger os ossos.
- Moduladores seletivos de receptores de estrogênio (SERMs): Como o raloxifeno, que imita o efeito protetor do estrogênio nos ossos sem os riscos associados à TRH.
- Denosumabe: Um anticorpo que reduz a reabsorção óssea.
- Teriparatida: Hormônio sintético que estimula a formação óssea.
Cuidados pós-fratura e reabilitação
Para pacientes que já sofreram fraturas, a reabilitação física é crucial. Programas de fisioterapia focados no fortalecimento muscular, equilíbrio e mobilidade podem ajudar a evitar novas fraturas e melhorar a qualidade de vida.
FAQ sobre osteoporose
1. Quem tem mais risco de desenvolver osteoporose?
Mulheres na pós-menopausa são as mais afetadas, mas homens e pessoas com histórico familiar, hábitos de vida não saudáveis ou que fazem uso prolongado de corticoides também estão em risco.
2. A osteoporose tem cura?
Não, mas pode ser controlada com mudanças no estilo de vida, medicações e acompanhamento médico para prevenir complicações.
3. Como posso saber se tenho osteoporose antes de fraturar um osso?
O exame de densitometria óssea (DEXA) é a maneira mais confiável de diagnosticar osteoporose precocemente.
4. A prática de exercícios pode ajudar na osteoporose?
Sim, exercícios de impacto e resistência ajudam a fortalecer os ossos e melhorar o equilíbrio, reduzindo o risco de quedas.
5. Quando devo começar a me preocupar com a osteoporose?
A prevenção deve começar na juventude com hábitos alimentares saudáveis e exercícios, mas o risco aumenta significativamente após os 50 anos, especialmente em mulheres na pós-menopausa.
Referências
- Organização Mundial da Saúde – Fatores de risco para osteoporose
- Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Diagnóstico e Tratamento da Osteoporose
- Ministério da Saúde – Osteoporose: Prevenção e Tratamento
Aviso
As informações presentes neste artigo têm caráter informativo e educacional e não substituem o aconselhamento e o acompanhamento de profissionais de saúde. Sempre consulte um médico ou outro profissional qualificado para obter orientações personalizadas e adequadas ao seu caso.