A gripe é uma infecção respiratória aguda causada pelo vírus influenza, que afeta o sistema respiratório (nariz, garganta e pulmões). É uma das doenças sazonais mais comuns no mundo, especialmente nos meses mais frios do ano, podendo variar em gravidade de leve a severa, dependendo de fatores como a idade e o estado de saúde geral da pessoa.

Causas

A gripe é causada pelo vírus da influenza, que possui três tipos principais que infectam humanos:

  • Influenza A: É o tipo mais comum e pode causar pandemias. O subtipo H1N1, por exemplo, foi responsável pela pandemia de 2009.
  • Influenza B: Menos comum, geralmente causa surtos locais e sazonais, mas não pandemias.
  • Influenza C: É responsável por infecções mais brandas e menos frequentes.

A transmissão ocorre principalmente por gotículas respiratórias liberadas quando uma pessoa infectada fala, tosse ou espirra. O contato com superfícies contaminadas também pode levar à infecção, caso a pessoa toque o rosto após tocar em objetos contaminados.

Sintomas

Os sintomas da gripe geralmente aparecem rapidamente e podem variar de intensidade, mas os mais comuns incluem:

  • Febre alta (acima de 38ºC)
  • Tosse seca e persistente
  • Dor de garganta
  • Dor muscular e nas articulações
  • Cansaço e fraqueza intensa
  • Calafrios
  • Dor de cabeça
  • Coriza (nariz escorrendo) ou congestão nasal

Embora muitos desses sintomas sejam semelhantes aos do resfriado comum, a gripe tende a ser mais severa e debilitante, com febre alta e dor muscular intensa.

Gripe x Resfriado

Sintoma Gripe Resfriado
Início Súbito Gradual
Febre Comum, alta Rara
Dor muscular Intensa Leve
Cansaço Proeminente Moderado
Tosse Seca e persistente Leve a moderada
Coriza Ocasional Muito comum

Grupos de Risco

Embora qualquer pessoa possa contrair gripe, alguns grupos têm maior risco de desenvolver complicações graves, como pneumonia, bronquite ou agravamento de doenças crônicas:

  • Idosos (acima de 65 anos)
  • Crianças pequenas (menores de 5 anos)
  • Gestantes
  • Pessoas com doenças crônicas como diabetes, doenças cardíacas e pulmonares
  • Imunossuprimidos, como pacientes em tratamento de câncer ou HIV

Nesses grupos, a gripe pode evoluir para complicações mais graves, que podem necessitar de hospitalização.

Diagnóstico

O diagnóstico da gripe geralmente é clínico, baseado nos sintomas relatados. Em casos de surtos ou quando necessário diferenciar a gripe de outras infecções respiratórias, como a COVID-19, podem ser realizados exames laboratoriais, como:

  • Teste rápido de influenza: Detecta o vírus em amostras de secreção nasal ou da garganta.
  • RT-PCR: Teste mais sensível que pode identificar com precisão o tipo de influenza.

Tratamento

O tratamento da gripe, na maioria dos casos, envolve medidas de suporte para aliviar os sintomas e ajudar o corpo a se recuperar. Entre os principais cuidados estão:

  • Repouso: É essencial para permitir que o corpo se recupere.
  • Hidratação: Beber bastante água e líquidos para evitar a desidratação, especialmente se houver febre.
  • Analgésicos e antitérmicos: Medicamentos como paracetamol ou ibuprofeno podem ajudar a controlar a febre, dor muscular e dor de cabeça.

Medicamentos Antivirais

Em alguns casos, especialmente para grupos de risco ou pessoas que apresentam sintomas graves, médicos podem prescrever antivirais, como oseltamivir (Tamiflu) ou zanamivir. Esses medicamentos podem ajudar a reduzir a duração da doença e diminuir a gravidade dos sintomas, desde que sejam administrados nas primeiras 48 horas após o início dos sintomas.

No entanto, é importante lembrar que antibióticos não são eficazes contra a gripe, pois é uma doença viral e esses medicamentos só agem contra bactérias.

Complicações

Se não tratada adequadamente, a gripe pode levar a complicações sérias, especialmente em pessoas dos grupos de risco. Algumas das complicações mais comuns incluem:

  • Pneumonia: Infecção dos pulmões que pode ser causada pelo próprio vírus da gripe ou por infecções bacterianas secundárias.
  • Bronquite: Inflamação dos brônquios que pode causar tosse persistente e dificuldade para respirar.
  • Sinusite e otite: Infecções secundárias em cavidades nasais e ouvidos.
  • Descompensação de doenças crônicas: A gripe pode agravar condições preexistentes, como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) ou doenças cardíacas.

Prevenção

A melhor forma de prevenção contra a gripe é a vacinação anual. A vacina contra a gripe é reformulada a cada ano para proteger contra as cepas mais comuns em circulação, e é altamente recomendada para:

  • Idosos
  • Crianças
  • Gestantes
  • Profissionais de saúde
  • Pessoas com doenças crônicas

Além da vacina, outras medidas podem ajudar a prevenir a transmissão da gripe:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, ou usar álcool gel.
  • Evitar tocar o rosto, especialmente olhos, nariz e boca.
  • Cobrir a boca e o nariz com o braço ou um lenço ao tossir ou espirrar.
  • Evitar contato próximo com pessoas infectadas.
  • Isolamento social durante o período de transmissão (normalmente até 7 dias após o início dos sintomas).

Vacinação contra a Gripe

A vacina contra a gripe é composta por vírus inativados (mortos) e, portanto, não causa gripe. No entanto, como a vacina não cobre todos os subtipos de influenza, há uma pequena possibilidade de a pessoa ainda contrair gripe, embora de forma mais branda.

A vacinação é especialmente importante para os grupos de risco, pois reduz significativamente a chance de complicações graves. A eficácia da vacina pode variar a cada ano, dependendo da correspondência entre as cepas presentes na vacina e as cepas em circulação.

Gripe e COVID-19

A pandemia de COVID-19 trouxe uma preocupação adicional, já que a COVID-19 e a gripe compartilham muitos sintomas semelhantes, como febre, tosse e dificuldade respiratória. Contudo, são causadas por vírus diferentes, e a gravidade e as complicações da COVID-19 podem ser muito maiores, especialmente para certos grupos de risco.

É possível contrair gripe e COVID-19 ao mesmo tempo, o que pode aumentar o risco de complicações graves. Por isso, a vacinação contra a gripe continua sendo crucial para reduzir a carga de doenças respiratórias durante a pandemia.

FAQs

1. A gripe pode ser tratada com antibióticos?

Não, a gripe é uma doença viral, e antibióticos são eficazes apenas contra infecções bacterianas. Os antibióticos podem ser usados se houver uma infecção bacteriana secundária, como pneumonia.

2. A vacina contra a gripe pode causar a doença?

Não. A vacina contra a gripe contém vírus inativados e não pode causar gripe. Algumas pessoas podem apresentar sintomas leves como dor no local da injeção ou febre baixa, mas esses efeitos são temporários.

3. Qual a diferença entre gripe e resfriado?

A gripe geralmente é mais grave, com febre alta, dores musculares e cansaço extremo, enquanto o resfriado apresenta sintomas mais leves, como coriza e dor de garganta.

4. Quem deve tomar a vacina contra a gripe?

Todos os indivíduos podem se beneficiar da vacina, mas ela é especialmente recomendada para grupos de risco, como idosos, crianças, gestantes e pessoas com condições crônicas.

5. Posso ter gripe e COVID-19 ao mesmo tempo?

Sim, é possível contrair ambas as infecções simultaneamente, o que pode aumentar o risco de complicações graves. A vacinação contra a gripe ajuda a reduzir esse risco.

Referências

  1. Organização Mundial da Saúde (OMS)
  2. Ministério da Saúde
  3. Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)

Aviso: Este texto é de caráter informativo e não substitui a consulta com um profissional de saúde. Para diagnóstico e tratamento adequado, consulte um médico.

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